
Eu sou só um ser humano sendo e as vezes eu não consigo segurar o fardo sozinho
e quanto mais palavras me invadem, esse peso aumenta e não vejo a quem dividir
quanto mais a estrada dobra eu vejo as velhas sombras a me assombrar
eu aceito levar a culpa por tudo mas isso não é de mim
única coisa que sei é que sou maior que tudo isso, mas quando eu sou preso entre pedras
eu não consigo contar meus segredos e medos profundos que me consomem em escuridão
Não me cobrem mais do que eu possa oferecer
o medo habita em mim quase nunca me deixa vencer
é como se fosse uma chave na fechadura, que gira e não destranca
perco aos poucos a fé nessa porta que a cada dia eu tenho mais certeza
que ela se abre para nenhum lugar, talvez exista um muro atrás dela
eu grito, eu choro, bato nessa porta procurando um abrigo e o único resultado que vejo
é uma parte de mim caindo, sendo consumida pela escuridão que me assombra
Talvez eu precisasse de uma vela, talvez a vela está atrás desta porta
Cada manhã que acordo, eu me vejo mais sozinho e abandonado
sinto falta de coisas que pareciam estar nas minhas mãos
escuto minha voz falhando depois de tanto engolir o choro
As vezes eu não consigo viver e isso se torna uma parte mais difícil do dia
minha vida é uma canção que ninguém canta
e não tenho nenhum apoio para que essa musica ecoe
nenhuma parte instrumental
apenas a quietude das notas apagadas de um caderno de rascunho
Minhas consciência marcha em direção do fim
como um exercito indo a morte
por mais que uma parte de mim lute, parece que só me machuco mais
isso faz parecer que a vida me trouxe até esse momento final
e ter um único fim, sem escolhas
apenas isso que a vida me trouxe e me deixou de joelhos
e ainda acho a mesma resposta para todas perguntas
Ando neste quarto de um lado para outro
ando até cansar, até não ter mais como ficar em pé
minha mente vira um turbilhão, eu me choco comigo mesmo
brigo comigo mesmo...
um peixe num aquário sem oxigénio.
Matheus Longaray
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