quinta-feira, 19 de abril de 2012

Turbulencia II



Estacionado, inerte, rasgando as paredes o teu sentido que deixa se corromper a dor de uma estátua...
em meio dessa exposição onde não escolhemos estar, ver e ouvir , sentar a próxima poltrona e olhar na minha volta o esquecimento da escuridão levemente se aproximando dessa consequencia de ser.

A baba sai lentamente da minha boca ao sentir o frio próximo a minha alma, escorada, ancorada.

Sua maquiagem borra com essas lágrimas deixando o seu rosto de palhaço num filme dramático...
Espero que não faça parte de sua peça essa depressão jogada nas paredes escritas e vazias com aquela sensação de mãos frias sobre tua nuca e atirada dentro dos teus sentimentos suicidas.
O fogo não aqueceu e o amor não salvou aquela alma do mar corrente da vida.

Matheus Longaray

segunda-feira, 16 de abril de 2012

auto-estrada


E até respirar anda difícil, teu corpo foi como areia nos meus pulmões
esquecido e deixado na estrada, frio e chuvoso
e ficar te olhando, procurando dentro de ti um pouco de mim
me estoura o coração, me enterra entre pedras
me dói nos ossos, mas eu não posso te contar
que diferença fará?
eu só estou aqui me molhando
junto a chuva na qual você fez meu céu
e os gritos entre os ventos?
São barulhos dos meus pedaços caindo no chão
não restou muito a falar a não ser as despedidas
e no meio da noite tua voz continua nos meus sonhos
entorpecido, eu não consigo te olhar

e no fim, que diferença faz
se no mesmo fim eu ainda vou estar nessa poltrona encharcada

Matheus Longaray