sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cavaleiro



Sou um tipo de cavaleiro que nenhuma princesa cavalgaria
pois, aqui com uma armadura que se destroi com palavras
e um cavalo que não anda sem um sentimento

Venho toda noite a sua janela
como me apresentaria com uma armadura com panos sujos
e um cavalo acinzentado e desconfortável?
minha espada não é de ouro e nem minha capa está longa
como um dia foi

Como se apresentaria um cavaleiro de panos sujos e rasgados
que mais parece um maltrapilho
Um cavaleiro sem côrte
que é mais um entre mil

Qual princesa aceitaria fugir comigo?
um cavaleiro de armadura furada
e botas velhas
e uma armadura que não brilha

um cavaleiro que é fácil de se derrubar
Mas que nunca fraquejou a mão para defender quem ama
Um cavaleiro que cavalga sozinho
com pensamentos distantes e um coração preso
tão preso por uma janela fria.

Matheus Longaray

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pois bem, Ane



Pois bem Ane, estamos divididos por uma parede
sem nenhum espelho ou vidro que fizesse reflexo nos nossos erros
e aqui, quitamos o nosso amor que já está gasto

E aquelas horas no colégio onde o clima era frio e nossos corpos eram quentes
- Ane, você sempre foi quente
Estranho agora que dividimos o mesmo chão, estarmos tão distantes e tão frios
como nunca prometemos ser
- aquelas promessas que nunca achei que se apagariam, é estranho como tudo se apaga
digo isso como se ela fosse ouvir, ela nunca me ouviu

Agora com esse Outono eu começo a querer alguém perto
e Ane? Deve estar feliz com aquele falido
- Falido? único falido aqui sou eu que ganha nada mais que um salário mínimo
Se eu não achar alguém, livros serão minha companhia pra esse frio que se aproxima
- pelo menos é o que diz na TV -
Preciso trocar esses tapetes, estão uma droga e me dão rinite
- um dia foram belos tapetes pra mim e Ane
Eu vivo numa casa de pecados e fui deixado sozinho, se eu tivesse ao menos alguém para compartilhá - los
Acho que vou fazer um café, já que essa gripe não vai sair de mim tão cedo
- e no jornal sempre tem mentiras, aquelas que engolimos no horário eleitoral
*Ouço o barulho da campainha*
- Quem será essas horas?
Não seria Ane, mas eu continuava com aquela esperança
*ao abrir a porta*
- Oi, tudo bem? meu nome é Alice e eu moro no apartamento de cima, e bom, acho que minha toalha caiu no seu varal
- Oi, nossa não tinha visto você aqui (risos) sou novo aqui...
Mas entre e sente no sofá, eu busco pra você
Realmente, tem uma garota linda na minha sala
- pronto, aqui está sua toalha
- Obrigada, desculpe incomodar.. Alice diz com as bochechas vermelhas
- capaz, prazer em conhece-la
Então Alice se despede e sai pela porta
- quem é essa garota?!?
Naquele momento Ane tinha desaparecido de seus pensamentos
- Espero que essa garota seja minha próxima historia

Matheus Longaray

domingo, 29 de janeiro de 2012

Perdida como uma carta



Não consigo parar, deixei as correntes irem
tem muita coisa que deveria ter dito
mas quando o mundo começou a girar mais rápido
eu deixei passar
aqui mas não agora, nesse lugar mas não nesse horário

Agora as palavras que eu disse perderam o sentido
neguei as, mas é de alguma forma revigorante
até que acabe, como ligações químicas que queimam

Como você amassou minhas cartas com minhas palavras
serviram como um lixo pro seu próximo romance
aquela memória pra esquecer e que passa devagar
Deitou em uma cama de mentiras, porque você não ficou?
e de alguma forma suas palavras me fazem o culpado
culpado por ter perdido o tempo
então quando o alivio veio a minha mente
percebi que fui um tolo todo esse tempo


Matheus Longaray