sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Carta Póstuma.




Meu nome nunca foi tão desgraçado desse jeito
A faca me apunhala o peito
Meus olhos estão atentos ao teu poder de insensão
Não sei mais o que dizer, as coisas estão faltando
falta alguma coisa para encher meu quarto
enquanto eu me indago: o que realmente está faltando?

Teu vulto continua ao meu redor
soprando medos involuntários
Da tua maldição em perseguir meu corpo
Do teu abraço a mostrar teu beijo morto.

A vela continua queimando
teu sorriso nunca foi tão frio
e no rio eu jogo o que restou
afim de que teu corpo navegue sozinho
até achar consigo a nascente do teu pranto

Desculpe me por ter te amado
o meu desejo nunca pode ser saciado
tinha algo faltando no meu quarto
Algo em ti que talvez eu nunca tenha achado
surtado! estou tão morto quanto eu te descrevi
Mas sacia a vingança eu te matar em algum lugar
Estou no meu tumulo escrevendo pra ti
esperando ardentemente que venhas me visitar.

Matheus Longaray

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Quem não ama também sente


Como ponteiros se distanciam
a cada minuto passado é um minuto mais longe
estamos jogados em dois extremos
e quando eu chego, você sai
e assim vivemos

Eu atravesso a rua
você está em casa
meus álibis estão gritando
teu passo está longe
meu metrô parte
o teu está chegando

como poderemos nos conhecer?
como eu vou te encontrar?
teu vôo não vai descer
o meu coração não vai planar

eu não amo, mas sinto
eu não falo, mas escrevo
eu canto, mas não te olho
eu te encontro e não te conheço

Matheus Longaray