
Estava eu naquele ónibus sem muitas pessoas, era quase noite e estava esfriando
e estava me sentindo o maior otário por estar lá;
na falta do que fazer tento espiar o que a passageira da frente estava fazendo...
Era uma garota com mais ou menos a minha idade 19 ou 20 anos e ela lia um livro que estava nas páginas finais...
Me levanto como quem fosse parar na próxima parada e começo a ler o que ela lia, era um livro sobre algum garoto na qual tinha um coração pronto pra entregar mas ninguém o queria, até me identifiquei, e creio que ela lia aquele livro com a mesma sensação e nos olhos dela parecia que ela se identificava com cada palavra do livro...
Logo ela percebe a minha aproximação e fecha rapidamente o livro como se fosse um segredo dela, eu desvio o olhar e finjo estar olhando para a janela
Ela ri e pede desculpas,e que não precisava disfarçar porque o livro era bom...
me sento ao lado dela e começamos a conversar, logo vimos que além dos livros tínhamos muito em comum, eu nunca tinha tido uma conversa tão interessante quanto aquela.
Ambos com os corações igual ao menino do livro e concordávamos em dizer que palavras ditas são esqueciveis e por mais que fosse sincero seria em vão
conseguia enxergar a sinceridade e inocência de sua alma - o que seria difícil de se ver hoje em dia -
logo ela guarda seu livro na mochila, onde teria vários outros, e me diz que ia descer pois ia se atrasar para a faculdade.
eu com uma angustia de perguntar algo mas não sabia o que...
chegando na parada, nos despedimos e ela anda calmamente para o campus.
durante o caminho até minha parada aquela angustia de ter perguntado algo, e quando eu finalmente desço do ónibus
Não saberia o seu nome
Matheus Longaray