Empurrei o barco até atravessar o rio,
O toque seco da vida me afundou
olhando pra cima,
Mantendo a pose.
Esqueci as horas no banco do carro
Agora perdi meu tempo, o momento.
Chuto as coisas velhas da cidade,
Que um dia pertenceram a mim.
Eu sei que não importa muito
É assim que tem que ser.
Corre pelo meu corpo,
É hereditário,
Como uma doença ou mancha,
Um pensamento distorcido,
Um redemoínho só,
Me assombra mais que teus olhos.
Eu esqueço o que dizer e só digo
"Não faça isso"
Esperando que nada aconteça,
Esperando que o nada seja como antes.
Eu não quero me esquecer,
Não quero ser esquecido,
Eu quero ser invisível.
Quero cortar a cena no primeiro ato
Pro drama acontecer logo,
E fechar a cortina.
Meu fado;
Entender mais do que ser entendido.
Ressucitar mais do que morrer.
A velha memória me esquece,
Me diz quem é.
Matheus Longaray