quinta-feira, 7 de junho de 2012

sweet tulipa


Ele queria todas as noites a mesma estrela.
Ela queria todas as estrelas na mesma noite.

Ela tinha o andar apressado de quem não pode parar...
Ele tinha o olhar parado de quem não pode acreditar...

Ele olhava a porta que se abria.
Ela abria os olhos mas não (ha)via nada.

E ninguém quis dançar conforme a música do ballet do rancor.

Ele sem sair de casa, sem sair do quarto, sem sair da cama.
Ela mudando de roupa, mudando o canal, em outro planeta.

Ela, que não acreditava em Deus, disse: Deus te proteja.
Ele, que nunca teve medo, pensou duas vezes.

E o rio segue seu curso...
Sem ouvir o que se diz, o que se discursa, e se renova, sem revolta, sem recusa...

É o seu único recurso...

Humberto Gessinger

Indiferente



Pois não há mais nada para dividir e não ser uma historia mal escrita
desejos mal desejados e palavras quase ditas
Talvez o coração que na qual aqui bate, seja uma pedra rolando ladeira abaixo
sem previsão de como ou onde vai parar e ali eu deixo o beijo da angustia.

Não se pode achar uma palavra quando não se tem o que dizer
Privilegiado com a vergonha de não saber ser
de não ter, de não querer
Vive os dias olhando pela janela
desenhando em nuvens

Pois a caminhada para voltar acaba sendo mais longa que na ida
e quando você se perde o primeiro pensamento é desistir
mas sem ter pra onde ir, perdido dentro de um aquário
perdendo todas mãos que aqueciam

E perguntar o Porque disso tudo, acaba sendo inútil
não existem respostas a perguntas de um culpado
existe apenas o silencio dentro de um quarto
A consciencia pesando - julgando -
e um tic-tac de um relógio.


Matheus Longaray