quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Respire
Ir, ir, ir
aonde mesmo queremos chegar?
vamos de todas as formas para todos os lugares
-há lugares que não fomos-
contudo, chega um dia que tudo acaba
então, todos partem, assim como pássaros
para outros horizontes, pela imensidão do planeta
partem e nos deixam um vazio no coração
deixam apenas sentido o frio de sua ausencia
entretanto, deixamos o tempo agir sobre nós
e somos curados pelos dias passados
o tempo passa junto com os ventos
quem diriamos que estaremos assim
realizando nostalgias
de quem não podemos mais encontrar
abraçar, beijar.
Precisamos de um tempo até que as coisas
voltem ao seus eixos
precisamos de uma brisa no rosto
para que nos tomem pelas mãos
em um abraço confortavel
e um jeito de aproveitar isso tudo
como um filme que sai de cartaz em poucos dias
e com medo de nunca saber o que acontece no fim
antes de partir.
Matheus Longaray
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Fim do mundo
Por um dia eu queria ver todo mundo na merda
aonde ricos e pobres, negros e brancos
Não teriam importancia
onde todo mundo tem o mesmo objetivo
de morrer no mesmo dia
Ver todas as pessoas desesperadas
procurando proteção
unindo-se umas as outras
e nenhuma religão importasse
porque antes de tudo, somos humanos
Aonde veriamos que todo nosso tempo gasto
e todo egoísmo iam desaparecer aos poucos
todo sinismo e arrogancia
iria para o fundo, junto com nós mesmos
Queria ver um fim do mundo todos os dias
porque é no desespero
que reencontramos nosso verdadeiro instinto humano
pois em tempos de paz
a guerra nós quem fizemos.
Matheus Longaray
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Situação Existencial
Me diz porque o tempo passou tão rapido
eu olho as fotografias e parece que estou longe
e num minuto a mais eu poderia ter insistido
por mais que, juntando todos meu erros
no final não fizesse diferença
eu poderia estar lá.
No meio do caminho eu desisti
parei de lutar e fui levado á deriva
até não se ter mais o que fazer
e por um instante enquanto ainda lutava
senti lutar sozinho, contra um império
e não demorou até perder minhas armas
e cair no chão, como uma folha na primavera
mas minha falta parece não ter diferença
sinto que eu poderia estar lá
e de alguma forma, eu estou aqui sem ter como ir
meu corpo não aguenta mais o peso que há de suportar
nas costas.
As flores florecem no canteiro da minha janela
mas mesmo assim, não estou lá
estou preso na segunda repartição de classe econômica do inferno
eu, somente eu, não aguento mais esses gritos
e por dentro sinto estar cada vez mais morto
me sinto como um boneco andando por aí
sem nada por dentro, nem mesmo o orgulho
me pergunto, porque realmente existo?
se sou como um animal doente
que mal anda com suas pernas
porque a vida me insiste em fazer viver?
Aonde diabos eu tava com a cabeça?
eu tenho me fechado cada vez mais aqui
cada vez mais cansado, mais morto
rolando ladeira a baixo
até chegar no meu amargo fim
Matheus Longaray
Assinar:
Postagens (Atom)