sábado, 24 de março de 2012

A noite fria de um homem



Até que a raiva não me tome mais
acordar durante manhãs de gélidas paisagens
parecem ser tão solitárias e ao mesmo tempo tão preenchidas
com o teu cheiro
que barcos parecem deslizar sobre a água escrevendo seu nome
mostrando os sinais que eu não posso jogar fora

A minha noite do MEU corpo frio
onde os dos demais estão quentes e confortáveis
sinto tanta inveja das tuas cobertas
ou talvez, vontade do meu corpo estar junto ao teu

sentir vontade de beijar tuas bochechas vermelhas quando o vento frio te cerca
sentir meus dedos tocando aos teus e o calor de um beijo
que é só nosso.

Então assim que a noite me cerca e minha caixa torácica começa a tremer
sei que aquela é minha noite, então eu sento e me encaro no espelho
e me pergunto o porque...


Matheus Longaray

segunda-feira, 19 de março de 2012

Palhaço


Nenhum estrela me ouviu gritar
no meio de tantos
ninguém estava lá quando eu precisei
quando eu precisei
você não estava lá

gostar de você foi tão errado
um erro bem afiado!
botei meu peito contra o mundo
e assumi o peso nos meus ombros
você foi perigosa

Você me dizia coisas que hoje não fazem sentido
e pra tudo eu estava lá
como um palhaço encarando uma multidão
sem nenhuma parte engraçada

Segurei firme todos os pesos
não fraquejei, não sorri também
ao contrario de você

Matheus Longaray