
Ele queria todas as noites a mesma estrela.
Ela queria todas as estrelas na mesma noite.
Ela tinha o andar apressado de quem não pode parar...
Ele tinha o olhar parado de quem não pode acreditar...
Ele olhava a porta que se abria.
Ela abria os olhos mas não (ha)via nada.
E ninguém quis dançar conforme a música do ballet do rancor.
Ele sem sair de casa, sem sair do quarto, sem sair da cama.
Ela mudando de roupa, mudando o canal, em outro planeta.
Ela, que não acreditava em Deus, disse: Deus te proteja.
Ele, que nunca teve medo, pensou duas vezes.
E o rio segue seu curso...
Sem ouvir o que se diz, o que se discursa, e se renova, sem revolta, sem recusa...
É o seu único recurso...
Humberto Gessinger
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