quarta-feira, 4 de abril de 2012

Vermelho



Era meu sangue jorrado na parede e cada gota que escorria
pintava o branco do meu quarto deixando igual a cor do teu batom
aquele vermelho forte que caía tão bem nos traços da tua pequena boca
sozinho e caindo na escuridão dos meus pensamentos que teus jogos psicológicos
abriram a porta
sem um fio de corda ou esperança pra se segurar
e teu olhos,sim, aqueles com cores de outono nas manhãs ensolaradas e frias

Calma, serena e quieta, como um suicídio
tirou o coração do lugar e o fez bater gelado
tão serena que eu não sabia nem o que estava sentindo
e as vezes tão alegre, que eu tinha medo das minhas palavras
Anoitecia e teus olhos brilhavam, me sentia estranho
Sentia como se eu fosse uma arma engatilhada apontando a ti


Mas era meu sangue jorrado na parede
e não tinha desculpas pra negar
que o tiro que você me deu
foi merecido.

Matheus Longaray

domingo, 1 de abril de 2012

Engano


Disse que nunca te abandonaria
e não sei se consigo cumprir isso
eu deveria ter calado a boca
e ter te beijado
ao invés de dizer essas besteiras
que um dia vinha me pesar na consciência

o calor das tuas mãos me enganaram
teus olhos olhando aos meus também
e as noites abraçados
aonde fomos parar?

Aquela que ia me proteger de mim
e aquela que achei palavras tão bonitas quanto ela mesma
e agora?

Distantes.

Matheus Longaray