quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Bipolar


Não sei mais das coisas que sinto, mas por agora, eu ficarei triste...
Na verdade, eu passo muito anos triste. Condenado pela solidão e nada parece seguro; na raiz de todo mal está meus pés descalços enrolados pelas raízes.

Com as pupilas dilatadas de tanto chorar ao passar do ano, algo acontece, recebi a ultima facada e a armadura finalmente se quebra e instantaneamente o que estava por baixo da armadura se torna mais forte e inquebrável (até que se prove o contrário).

Agora o que sinto está confuso, forte ou calejado? morto ou acordado? triste demais ou alienado? de alguma forma nada me atinge, nem mesmo aqueles sentimentos que insistiam em me derrubar, não mais!

Agora eu sinto o calejo dos sentimentos, me sinto mais frio e nem pouco vulnerável; Frio como uma barra de metal e o coração uma pedra.

E as lágrimas cada vez mais difíceis de escorrer...
mas que lágrimas?

Lágrimas?

Matheus Longaray

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sapato velho.



Está na hora de pegar meu barco e navegar para outros mares
deixar essa pessoas daqui para trás sem despedidas
machucaria umas pessoas mesmo não querendo, mas sou machucado por outras
todo os dias é um desejo inevitável.

Encalharia em outros portos, sentaria em outros bancos
acharia um amor novo cada dia
e quando me enjoasse, navegaria até outro porto.

Faria novos amigos e entraria em novas brigas
Mudaria de nome e não me importaria com boa aparência
não me importaria com ninguém

Teria todos os dias para descobrir algo novo
ilimitado e sem preocupar com o tempo
roubaria até uns beijos de belas damas
e sumiria junto com a lua.

E depois de fazer todas as viagens possíveis
voltaria, sem avisar, só pra notar como as pessoas teriam mudado
Sentaria na praça, já velho, e alimentaria os pombos
alimentaria minha mente de boas risadas e lembranças
das coisas boas que eu um dia vivi.

Matheus Longaray

Inquietude.


Se estivesses um erro a cometer a cada minuto, teria feito o mesmo várias vezes por não ter sido tão prazeroso na primeira - tão sonhada primeira vez - .

Não pude esconder todas as pistas, não consegui limpar a parede, se quisessem achar um vestigio, encontrariam em todo lugar.

A arma ainda fumegava em minhas mãos, por um simples descuido ela não acordará mais nessa noite e nem nas outras!
Já teria matado em outras vezes de várias formas acidentalmente, mas nunca assim... tão acordado e por mais uma noite, ela não gritaria ou ofenderia-me

Foi rápido, fiquei inquieto e um tanto quanto assutado ( lembra de nossa primeira vez?)
Mas não consegue esconder o sorriso e as gargalhadas que as vezes me escapava...
Mas eu ainda não posso esquecer que isso é um sonho ruim.

Matheus Longaray