
Mais uma noite eu te vejo e não tenha nada que eu possa fazer
para você, eu não existo
eu não tenho a permissão de existir e nem de chorar
De alguma forma, tu é meu troféu que eu nunca hei de ter
porque tu não me conheces e talvez nem queira
e por mais uma noite eu continuo a sonhar
mas não tenho essa permissão
Não me arranque olhares descuidados em meio a multidão
isso dilaceras meu coração em partes incontáveis
pois é meu sangue manchando esta carta
o sangue de um coração que estava a pulsar
talvez tu não vejas, mas o sangue está por baixo dessas letras
Em algum torno de claridade e muita luz
eu te vejo sorrindo e me culpo tanto por você não saber quem sou
e isso ecoa dentro do meu corpo
se tu me veres quieto algum dia
saiba que eu já havia explodido em alguma outra hora
Mas tu não vê e nunca irá me sentir
Mas se não há sentido nisso, por que continuo a sonhar?
Matheus Longaray