quarta-feira, 4 de julho de 2012

Historinha




Naquela fria cidadezinha, que muito chovia nesse dia
famoso era Phibes, que nunca estava completo
tinha sempre algo caindo
quando não era suas pernas e braços
era a propria cabeça
Apaixonado pela sua quase vizinha, Belle, que muito chamava sua atenção quando passava
mas nunca teve coragem de falar com ela, por nunca estar adequado.

Sempre andou triste, nunca sorria
deveria ser por vergonha de nunca estar completo
por não conseguir se locomover com facilidade
estava sempre cuidando pra não deixar nada em algum lugar

sempre passava entre 18:00 e 19:00 na praça perto de sua casa
pois era quando não tinha quase ninguém lá
porém, nesse dia chovia
e ele se levanta do banco para fugir da chuva mas acaba resbalando
e uma de suas pernas cai, e seu corpo inteiro vai ao chão
pernas,cabeça, braços, tronco
um pra cada lado

e agora? como ele se montaria?
se ja não tinha ninguém na praça
e estava nublado e anoitecendo

Já com algumas lágrimas no rosto
por achar que ninguém nunca mais o montaria
aparece uma pessoa
pelo cheiro de rosas, imaginou que fosse uma mulher
e era!, era a adoravel Belle
que desde criança, suas mãos tinham reziduos de cola
e como chovia, a água passava entre seus dedos e caía sobre Phibes
então ela começa a remontar o pobre homem

Ao estar completo, Phibes, não sabia o que dizer
sentia muita vergonha por ser imperfeito
por não ser um desses homens que andam por aí
com braços fortes, mostrando toda sua bravura para alguém

mas Belle não se importava
e disse, que sempre gostou daquele jeito especial
de cuidar de si mesmo com tanto cuidado
e disse que não ligava para perfeição
porque,ela, com cola nas mãos
não era perfeita e mesmo assim
conseguiram unir dois defeitos
num sentimento tão puro
que a perfeição não entenderia.

Matheus Longaray

Mendigo


Tentando ganhar espaços em lugares que nem sombras ousam entrar
até pode se chamar de lembranças remediadas, esses lugares
que muitas vezes eu perco os passos e não vejo inicio e nem fim
esses lugares ficam na minha mente, os cantos mais escuros dela
Lá eu posso brincar com todas as coisas que um dia me feriram
e se eu pudesse saber quais novos brinquedos irei adquirir
pararia de me preocupar com os antigos

Poderia ter descoberto outros caminhos para o mesmo lugar
mas o tempo foi o maligno disso tudo, não me deixou escolhas
peguei o pior caminho para o mesmo lugar - o mesmo fim -
Deveria estar em outro lugar a não ser aqui
olhando para as paredes, quando você vai aparecer?

Poderíamos (eu e você) enterrar todas essas pessoas
descaradas, mentirosas, falsas, ignorantes, carentes
em um lugar da nossa mente que não fossemos buscar
um lugar tão morto quanto folhas secas no outono
Mas não quando nos encontramos a desertos de distancia
a lágrima evapora antes mesmo de cair nessa areia

Não irei buscar o que não me foi prometido
continuarei com as agulhas presas nas mãos
tecendo com o fio de pecados que a minha mente pensou
usarei para me cobrir essa noite esse pano
para lembrar de como é frio essa cidade que nas suas ruas
a solidão existe de sobra.

Matheus Longaray