Enquanto eu tenho lutado para me desfazer das coisas que me trancam e me privam
eu venho tentando ter uma vida social, mas a tua lembrança reflete nos flashes da noite passada
porque eu ouço coisas que eu não gostaria de ouvir
e essas mãos que punem não me deixam ser, e esses dentes gastos ainda cortam minha carne
eu tenho que desviar os passos, desviar olhares
pois algo tem me levado diretamente para prisão
eu não descanso, eu enfraqueço
tem algo errado comigo e os vultos não podem ver
mantenho os olhos abertos pois não quero me deixar levar
por essa escuridão que me persegue nessa multidão
todos os rostos diferentes refletem falta de profundidade
mas quem sou eu para falar? eu sou como eles
as cartas estão marcadas e eu percebo no final do jogo
eu apostei tudo, tudo o que eu tinha
e o que me restou foi algo sem preço
eles são fortes, eles tem tudo na mão
eu sou o fantoche quebrado desse teatro
cansado demais para revidar e eles riem
é doce ou amargo? eu experimentei de todos os lados
para ver se vale a pena e eu me encontrei mais gasto do que nunca
eu tentei entrar no mundo mas ele me cuspiu fora
eu não pertenço pois sou sujo demais
sou obsceno demais e não tenho etiqueta
Ou talvez eu tenha tropeçado demais
e meus sapatos não são apresentáveis ao teu tapete
minha aparência gasta não é apresentável aos teus quadros
tenho morrido subindo essa escadaria
o teu mundo tem um preço
e talvez eu não esteja apto á pagar
Nessa cidade eu tenho encontrado a rejeição
e não sei mais quem sou, nem sei mais o que eu tenho
talvez eu não tenha nada e esteja tentando ter tudo
tudo para te agradar
em vão.
Matheus Longaray
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