Nós sabemos o que falar e os espelhos não reproduzem o que queremos ouvir
mas sempre que tentamos ouvir as palavras, desejamos não ser amaldiçoadas
porém eventualmente são, ásperas e pontudas
e agora que erramos o caminho fica mais fácil dormir de consciência pesada
era tão difícil dormir com um olhar e uma voz doce
Eu não alimentei a duvida de alguém que não quer ouvir
já pensei que o erro foi meu, e agora percebo que fiz o que todo mundo teria feito
e não penso na morte e na solidão como antes, é tudo tão momentâneo
não posso perder esse tempo com o que é vazio e covarde
eu devia chorar mas estou rindo e não sinto que estou errado
As estações mudam rapido demais nesse caminho e nunca desejei ser uma montanha para ninguém
voltei atrás para o mundo inteiro e agora estou aqui parado
as coisas que eu pensei ser inferno não se reproduziram para o meu futuro
dei um beijo e adeus, ficaram lá
Ficou mais fácil para te dizer que você estava errada sobre mim
Queria que soubesse tudo de mim, mas evitamos qualquer conversação
saiba que já encarei muros mais altos que a tua ignorância
e vi um mundo mais brilhante lá de cima
se voltei atrás foi para te buscar e dividir essa visão
e o que me matou na maioria das vezes foi ter dado tanta importância a solidão alheia
se esse foi o teu desejo, musgue nesse buraco
agora que a primavera chegou eu não vou esperar o outono para me derrubar
vou escalar o mais alto que eu puder e enquanto eu tiver sangue, irei doa-lo a qualquer paixão
vou sorrir amarelo como sempre sorri, pois nada mais irá mudar por aqui
e você vai me dizer que eu estou errado, e mesmo que eu me perca nos teus olhos
Você não me conhece nem a metade dessa primavera.
Matheus Longaray
Nenhum comentário:
Postar um comentário