
Levei tempo até perceber que o por-do-sol não eram despedidas da luz
demorei tanto tempo para aprender que a chegada da lua era tão importe quanto eu mesmo
porém os buracos que criamos no fim das nossas historias
suga tudo o que tínhamos escrito até agora, sem ter o que dizer no final do filme
Aquele filme que ensaiei a minha vida toda e esqueci como se encerrava
Assim passei com a cabeça latejando pelos dias e anos
mas a representação de tempo não foi o suficiente
para me fazer entender que eu não teria mais alguma oportunidade
no entanto, teria aquele gosto azedo na minha boca
o azedo gosto da amargura.
E supostamente era pra ser tudo vazio e gelado
mas sempre achamos o jeito de colorir as paredes
azul ou vermelho, cores frias ou quentes
eu não fui o responsável por tudo que foi pintado
de qualquer forma, a forma que isso se tornou
uma forma qualquer.
Isso rondeia e rondeia e eu fico tonto
eu esbarro nos obstáculos que coloquei para não me acharem
eu bebo o meu próprio veneno todos os dias
sobe pelas veias e morre no coração
um triste modo da morte não querer me levar
sendo assim, eu vou continuar sentado sozinho
olhando o que tiver para ser visto
e até lá, acharei algum nascer do sol
que valha a pena chorar pela sua chegada.
Matheus Longaray
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