quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cartas esquecidas



Enquanto o meu corpo descança em baixo da sala de estar
onde foi totalmente esquecido na poeira constante
e o meu cheiro apodrecido se mistura com as rosas da sala
foi quando eu comi da maçã proibida, céus! meu libido!
agora tudo que eu sustentei se encontra abandonado como um indigente
preferia que tivessem me jogado ao mar, ao invés de de morrer assim
ao menos eu estaria onde gosto e o meu corpo estaria em paz.

Covardes, todos covardes por não me procurarem
alimentem meus pássaros, e se não for pedir demais
juntem minha bagunça e ateiem fogo, não quero que riam das minhas cartas escritas
Pois agora sinto vergonha de mim mesmo por tudo que deixei para trás.

Não gosto dos anjos, seres nojentos e arrogantes
e o seus piores erros são se comparar aos mortais
os invejosos que deixaram eu me afogar no meu veneno
e o que mais sinto falta é de estar quente novamente

Era lindo quando eu podia voar nos meus sonhos
mas agora não durmo mais
pois a morte colocou seu dedo no meu coração
rasgou ao meio sem misericordia

"Misericordia de mim, dama de asas escuras"
foi a ultima coisa que gritei antes de acordar desse jeito
preso ao paralelo entre a solidão e o sofrimento
e a cicatriz no meu peito nem doi mais

Eu queria acordar desse pesadelo
mas sei que estou preso aqui para sempre
e o que me resta a fazer é sumir pouco a pouco
como uma memoria, sem ninguém para lembrar.


Matheus Longaray

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