segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Jardim




Somos eu e você mais uma vez
e tu saberias que de certa forma
viriamos chegar a isso
não bem pensado
no nosso passado tu esconde a faca
e a limpa no teu vestido

dois errantes dividindo o mesmo amor
o que esperariamos do nosso tempo juntos
tinhamos tudo pra dar errado
não sei bem porque insisti
sabia do final desde o começo
tivemos focos diferentes durante todo percurso
a unica coisa que eu não conseguia era te largar
de nenhum jeito, eu estava sempre segurando tua mão

O elixir que nos mantinha
virou veneno e bebemos do mesmo copo
morremos juntos na beira do caminho
jogamos horas pelo ralo
então resolvo largar da tua mão
e tu vens atrás, como se estivesse a me caçar
como eu fosse de tua propriedade
aumentando toda escuridão em torno meu sol
e transformou meu dia naquilo que eu mais temia
sufocado sem nem aonde correr

e tu, vens ainda me visitar
dorme aqui as vezes, porém nunca estou
sei pela cama desarrumada
e pela louça
não sei o que te trazes aqui
como havia dito
tu me caça com a sede de que sou teu ainda
nego perante a morte
que tenha teu nome escrito na minha pele

Então a escuridão desaparece
e no jardim tu aparece
como fosses no meu enterro
me olha tão fúnebre
e larga as rosas
como se fosse a ultima despedida.

Matheus Longaray

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